As altas temperaturas registradas durante o inverno têm sido uma das principais causas do aumento do consumo de energia elétrica. Em uma entrevista à CNN Rádio, Amanda Schutze, pesquisadora do Climate Policy Initiative na PUC-RJ, explicou que “o calor leva ao aumento da utilização de aparelhos de ar-condicionado e ventiladores, não apenas em residências, mas também em estabelecimentos comerciais e empresas.” Ela acrescentou que “os equipamentos elétricos acabam consumindo mais energia simplesmente porque a temperatura ambiente está mais elevada.”
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, a capital do estado de São Paulo teve o mês de julho mais quente desde o início do histórico de medições de temperatura em 1943. Além disso, outro fator relevante para o aumento do consumo de energia é a recuperação do setor comercial em comparação ao ano anterior. “No primeiro semestre, o consumo aumentou 7% em relação ao ano anterior, devido ao retorno das atividades que foram paralisadas ou reduzidas durante a pandemia. O setor comercial representa quase 20% do consumo total no Brasil.”
Essa maior demanda de energia elétrica se traduz em contas de luz mais caras. “É sabido que isso impacta significativamente o orçamento familiar, e esse aumento de custos pode prejudicar ainda mais um período já difícil de recuperação pós-pandemia.” Segundo a especialista, o ideal seria um consumo racional de energia, pois isso reduziria a necessidade de expandir a oferta de energia, e essa redução deve ser baseada em um planejamento de longo prazo, com preocupação constante, não apenas em momentos de crise de abastecimento.